flick-o-rama

O espaço que faltava na blogosfera portuguesa! Uma cambada de nerd-wanna-bes ávidos de cóltura cinematográfica a mostrarem que na realidade nao pescam mesmo nada disto...

24.8.05

Easy like a Sunday morning

Na maior parte das vezes, vemos filmes porque ouvimos falar bem deles, seja pelos amigos, na televisão, numa revista, não interessa. (Às vezes, somos arrastados para o cinema, mas é mais raro).
E há vezes em que somos agradavelmente surpreendidos. Chegamos a casa de uma amiga, ela diz-nos "Aluguei este DVD, não sei se é bom, se é mau, mas vamos ver" e ficamos colados ao ecrã de uma ponta à outra. Easy, um filme de que nunca tinha ouvido falar, caiu-me verdadeiramente no goto. Jamie (Marguerite Moreau) é uma mulher cujo trabalho é dar nomes a produtos. Como criativa que é, grande parte do seu tempo é passado em casa, o que lhe dá tempo para se envolver em todo o tipo de relações que, invariavelmente, acabam mal. Quando parece que finalmente acertou numa relação com um poeta e ex-professor dela, John (Naveen Andrews), este diz-lhe que vai voltar para a ex-mulher. No entretanto, conhece Mick (Brian F. O'Byrne) na acupunctura, que a convida a ir ao late night show que apresenta. No desespero de ter sido abandonada por John e na ressaca de um coma que apanhou depois de ter salvo uma mulher do suicídio, Jamie enceta um período de 90 dias de celibato. À volta dela, um universo de personagens, incluindo Laura, a sua irmã; o namorado da irmã (que lhe engravida a secretária); Sandy, a ex-mulher de Mick, produtora do seu programa tornada lésbica que quer um filho, o pai e a dona da livraria onde Jamie passa também muito tempo. E, apesar de tudo isto parecer um enorme freak show, a verdade é que as personagens e as interacções entre elas (há carradas de casais a formarem-se e a separarem-se a toda a hora) sentem-se como se fossem reais. Dizer que é uma comédia romântica é um insulto ao filme. Terá laivos, mas, ao contrário destas, as pessoas neste filme nem sempre são heróicas, nem sempre têm a certeza do que querem e são também capazes de se resguardarem do facto de serem magoadas, o que, na minha opinião, é muito mais parecido com a realidade. No fundo, este filme é tudo o que O diário de Bridget Jones queria ser, mas nunca conseguiu.

Oito pontos, mais um extra pelo efeito "soco no estômago" e porque a Marguerite Moreau é cute beyond all belief ;) - e sai daqui com um 9/10.